segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A ARTE COMO TERAPIA




Por volta de 1910, Sigmund Freud publicou vários trabalhos analisando artistas e sua arte, atentando ao fato de o inconsciente manifestar-se por intermédio de imagens que funcionam como uma catarse, que, escapando da censura do consciente, facilitam o acesso aos conteúdos mais secretos do ser.


Dra. Nise da Silveira, tratando os internos psiquiátricos no Rio de Janeiro, desempenhou papel relevante na valorização da arte como método terapêutico, na aplicação da psicologia junguiana e no desenvolvimento da função criadora nas pessoas.


A Arteterapia, uma nova modalidade de terapia complementar, ganhou impulso com a criação, em 1969 da AATA – American Art Therapy Association, nos Estados Unidos. Foram formadas as Associações de Arteterapia em vários estados do Brasil, aprofundando os estudos nessa área, ocorrendo com o tempo uma integração à prática médica, como demonstrado no I e no II Congresso de Medicina e Artes, em Salvador (Bahia, Brasil) em 2004 e em 2006.


Em Salvador, desenvolvemos uma pesquisa independente nessa área desde 1992, quando criamos o curso Criatividade Cérebro, e percebemos a rapidez na melhora da sintomatologia dos distúrbios psico-afetivos.

Consideramos a relevância desse trabalho no tratamento da depressão, no autoconhecimento, nas questões emocionais e de autoestima, utilizando recursos de abordagem não invasiva, lúdica e afetiva, resgatando nas pessoas o gosto pela Vida através da Arte.


O que é a Arteterapia

Vivenciar o processo terapêutico através da atividade artística. Esta seria a descrição mais simples para definir a Arteterapia.Para transformar um estado emocional, é necessário entrar em contato com ele, e a arte permite esse diálogo.

A partir do momento em que reconhecemos esse estado como um símbolo, tornando-o familiar de uma forma positiva, conseguimos elaborar melhor nossa relação com ele. E a arte permite tal transformação.Em comunidades onde a tensão, o estresse, as situações de doenças ou perdas são constantes, a Arteterapia proporcionará um aumento da autoestima, de crescimento individual, entendimento das situações, o exercício criativo, aumento da confiança e do poder de superação, a melhora da qualidade de vida, melhora das relações consigo mesmo e com os outros, a aceitação de si mesmo e um melhor posicionamento diante das adversidades.

A arteterapia pode ser vivenciada por todos. A arte por si só já é uma atividade terapêutica, que mesmo sem tal enfoque, já proporciona bem estar, desenvolve a criatividade e relaxa. É também excelente meio de comunicação, facilitando as relações interpessoais, pois através da arte o indivíduo consegue transmitir com muito mais facilidade os seus sentimentos.

Quem é o arteterapeuta

O arteterapeuta é um profissional capaz de facilitar este processo no cliente a partir da escolha adequada dos materiais artísticos, da leitura de todo o processo arteterapêutico, da observação comportamental do cliente e orientação amorosa e paciente de cada caso. Através do estudo das técnicas artísticas e dos materiais também somos capazes de oferecer ao cliente um caminho que ativará ou desbloqueará determinadas emoções.

A Arteterapia é uma atividade séria e já reconhecida como profissão em diversas partes do mundo.


O arteterapeuta, portanto, utiliza recursos artísticos como: artes plásticas, poesia, dança, música, teatro, modelagem, ou outras formas de expressão, para proporcionar o autoconhecimento e a melhora do estado emocional da pessoa que o busca como terapeuta.

Ele pode focar seu atendimento nas mais diversas abordagens terapêuticas ou correntes psicológicas.

A arteterapia vem sendo usada em clínicas, hospitais, escolas, empresas, como mais um recurso de crescimento interior e bem-estar das pessoas.

Através dos meios que mais tem afinidade, percebe a arte como um processo de comunicação não-verbal, onde tem menos importância o resultado e a estética do trabalho. A importância maior está naquilo que a arte revela do inconsciente e o seu efeito no consciente, melhorando o seu viver e o seu sentir.

O arteterapeuta junguiano está sempre trabalhando com as polaridades, a luz e as sombras, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo, o ego e o self.



NOTÍCIAS SOBRE ARTETERAPIA

http://www.sba.art.br/index.asp - Sociedade Brasileira de Arteterapia

http://www.arteeterapia.com.br/ - Associação Brasileira de Arteterapia

http://asbart.blogspot.com/ - Associação Baiana de Arteterapia

http://www.ijba.com.br/ - Instituto Junguiano da Bahia

http://www.arttherapy.org/news.htm - Arteterapia nos Estados Unidos

http://www.baat.org/events.html - Arteterapia no Reino Unido


http://www.universia.es/html_trad/portada/actualidad/noticia_actualidad_trad/params/anyo/2003/mes/Agosto/noticia/gbgej.html - O que ocorreu no VII Congresso Europeu de Arteterapia, entre 18 e 21/09/ 2003, com a participação de representantes de 30 países.

http://www.ubaat.org/ - União Brasileira das Associações de Arteterapia.

http://www.artezen.org/ - Criatividade e Cérebro - Artezen

Um comentário:

  1. EGO
    Ego é o centro da consciência inferior, diferente do Eu, que é centro superior da consciência. O Ego é a soma total dos pensamentos, idéias, sentimentos, lembranças e percepções sensoriais. É a parte mais superficial do indivíduo, a qual, modificada e tornada consciente, tem por funções a comprovação da realidade e a aceitação, mediante seleção e controle, de parte dos desejos e exigências procedentes dos impulsos que emanam do indivíduo. Obedece ao princípio da realidade, ou seja, à necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao id sem transgredir as exigências do superego. Quando o ego se submete ao id, torna-se imoral e destrutivo; ao se submeter ao superego, enlouquece de desespero, pois viverá numa insatisfação insuportável; se não se submeter ao mundo, será destruído por ele.

    Para Carl Gustav Jung, o Ego é um complexo; o “complexo do ego”. Diz ele sobre o Ego: “É um dado complexo formado primeiramente por uma percepção geral de nosso corpo e existência e, a seguir, pelos registros de nossa memória".


    SELF
    Si mesmo (ing. self, al. Selbst) é um termo que tem uma loga história na psicologia. William James, um dos pais da psicologia, distigue em 1892 entre o "eu", como a instância interna conhecedora (I as knower), e o "si mesmo", como o conhecimento que o indivíduo tem sobre si próprio (self as known). Baumeister (1993), partindo da definição de James e do trabalho de C. H. Cooley, propõe que o "si mesmo" se baseia em três experiências básicas do ser humano:

    a) A consciência reflexiva, que é o conhecimento sobre si próprio e a capacidade de ter consciência de si;

    b) A interpessoalidade dos relacionamentos humanos, através dos quais o indivíduo recebe informações sobre si;

    c) A capacidade do ser humano de agir.

    Esse conhecimento que o "eu" tem sobre "si mesmo" tem dois aspectos distintos: por uma lado um aspecto descritivo chamado autoimagem e por outro um aspecto valorativo, a autoestima (Potreck-Rose & Jacob, 2006).


    Muito conhecido é o uso jungiano do termo. Segundo Carl Gustav Jung, o principal arquétipo é o Si mesmo (ou Self). O Si mesmo é o centro de toda a personalidade. Dele emana todo o potencial energético de que a psique dispõe. É o ordenador dos processos psíquicos. Integra e equilibra todos os aspectos do inconsciente, devendo proporcionar, em situações normais, unidade e estabilidade à personalidade humana. Jung conceituou o Si mesmo da seguinte forma: “O Si mesmo representa o objetivo do homem inteiro, a saber, a realização de sua totalidade e de sua individualidade, com ou contra sua vontade. A dinâmica desse processo é o instinto, que vigia para que tudo o que pertence a uma vida individual figure ali, exatamente, com ou sem a concordância do sujeito, quer tenha consciência do que acontece, quer não.[carece de fontes?]

    Os símbolos do Si mesmo geralmente ocorrem quando de alguma crise de vida, de um obstáculo com o qual o indivíduo não sabe lidar. Então, ele pode ocorrer nos sonhos ou em outros eventos simbólicos na forma de figuras transcendentais, ilustres personalidades, a "voz" de Deus, etc., ou figuras geométricas, normalmente na forma de mandalas, como a que se encontra acima.

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